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“Muro do Bope” cercou criminosos na mata; diz secretário sobre estratégia de megaoperação

A cúpula da Segurança Pública do Rio de Janeiro concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (29), na Cidade da Polícia, para apresentar o balanço final da megaoperação nos complexos

“Muro do Bope” cercou criminosos na mata; diz secretário sobre estratégia de megaoperação
  • Publishedoutubro 29, 2025
“Muro do Bope” cercou criminosos na mata; diz secretário sobre estratégia de megaoperação

A cúpula da Segurança Pública do Rio de Janeiro concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (29), na Cidade da Polícia, para apresentar o balanço final da megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, realizada na terça-feira (28).

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A ação, que mobilizou 2,5 mil agentes das forças de segurança, foi classificada pelas autoridades como a mais letal e complexa da história do estado.

Felipe Curi: “Policiais são vítimas”

O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, destacou que os quatro agentes mortos foram as únicas vítimas reconhecidas pela corporação.

“As únicas vítimas dessa operação foram os quatro policiais. Os criminosos estão sendo tratados como autores de tentativa de homicídio contra agentes do Estado”, afirmou.

Segundo Curi, os registros de ocorrência qualificam os integrantes das facções como narcoterroristas e opositores que reagiram violentamente às equipes. A Polícia Civil também exibiu parte do armamento apreendido durante a operação, incluindo fuzis e granadas.

Foto: Gustavo Santiago/Super Radio Tupi

O “muro do Bope” na Serra da Misericórdia

O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, explicou que uma das estratégias decisivas da operação foi a criação de um “muro do Bope” — uma linha de contenção formada por agentes do Batalhão de Operações Especiais na Serra da Misericórdia, região que separa as comunidades da Penha e do Alemão.

“Distribuímos as tropas pelo terreno. O diferencial foi a incursão dos agentes do Bope na parte mais alta da montanha, criando o ‘muro do Bope’, que empurrou os criminosos para o topo, onde estavam outras equipes posicionadas”, detalhou Menezes.

Segundo ele, o objetivo principal foi proteger a população civil e evitar confrontos dentro das comunidades.

“A maioria dos tiroteios ocorreu em área de mata. A ação começou às 6h e terminou por volta das 21h”, completou.

Victor Santos: “Dano colateral foi muito pequeno”

O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, classificou o “dano colateral” como mínimo, destacando que apenas quatro civis morreram vítimas de balas perdidas.

“As vítimas foram os quatro inocentes baleados e os quatro policiais mortos. Considerando o tamanho da operação, o dano colateral foi muito pequeno”, afirmou.

Santos ressaltou ainda que a ação foi resultado de um ano de investigação integrada entre a Polícia Civil do Rio e forças de segurança de outros estados.

“O Rio tem quase um quarto da população vivendo em favelas. Foram mais de 9 milhões de metros quadrados de desordem nas áreas da Penha e do Alemão. O planejamento foi minucioso”, explicou.

Mais de 130 corpos retirados

Até a manhã desta quarta-feira (29), mais de 130 corpos haviam sido removidos da região, segundo equipes que atuaram no local.
Oficialmente, o governo do Estado do Rio de Janeiro confirmou 119 mortes115 de criminosos e quatro de policiais.

O balanço atualizado da Operação Contenção aponta ainda:

  • drogas e carregadores ainda sendo contabilizados pelas equipes.
  • 113 presos, sendo 33 de outros estados;
  • 118 armas apreendidas;
  • 10 adolescentes apreendidos;
  • 14 explosivos localizados;

As autoridades ressaltaram que a operação continua em andamento em pontos estratégicos, com reforço no patrulhamento e monitoramento por drones e câmeras corporais, em cumprimento às determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) na ADPF 635.

Operação de alto risco e solidariedade às famílias

Encerrando a coletiva, o coronel Marcelo de Menezes prestou homenagem aos agentes mortos e feridos:

“Quero me solidarizar com os policiais e suas famílias. Foi uma operação extremamente arriscada, mas necessária para garantir a segurança da população e o enfrentamento direto ao crime organizado.”

A cúpula da segurança afirmou que as investigações continuam e que novas prisões poderão ocorrer nas próximas horas.



Fonte: www.tupi.fm