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Cristianismo sem Cristo: mais de 40% dos conflitos religiosos no mundo estão relacionados ao mau uso de textos sagrados

“E Jesus lhes disse: vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.” (Mateus 16:5-11) Vivemos tempos em que projetos pessoais e ideológicos se sobrepõem à figura de Cristo,

Cristianismo sem Cristo: mais de 40% dos conflitos religiosos no mundo estão relacionados ao mau uso de textos sagrados
  • Publishedoutubro 30, 2025
Cristianismo sem Cristo: mais de 40% dos conflitos religiosos no mundo estão relacionados ao mau uso de textos sagrados

“E Jesus lhes disse: vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.” (Mateus 16:5-11)
Vivemos tempos em que projetos pessoais e ideológicos se sobrepõem à figura de Cristo, usando-o como ferramenta utilitária, sem compromisso com Sua vida, ensino e missão. O resultado é um evangelho distorcido, transformado em ideologia vazia e, muitas vezes, em abuso teológico.
Segundo o Pew Research Center (2023), mais de 40% dos conflitos religiosos no mundo estão relacionados ao mau uso de textos sagrados, revelando como a fé, quando manipulada, pode se tornar instrumento de poder e de exploração financeira.
Esse cenário nos obriga a refletir sobre um fenômeno cada vez mais evidente: um cristianismo sem Cristo. Ele se instala sempre que o discurso religioso se afasta da fidelidade bíblica e da coerência histórica, substituindo a centralidade de Jesus e de Seus ensinamentos por religiosidade vazia, ritualismo ou manipulação.
Na cultura atual, vemos tanto comunidades que reduzem o evangelho a regras moralistas quanto grupos que o transformam em bandeira política. Em ambos os casos, o Cristo vivo, compassivo e transformador desaparece. Como advertiu Jesus, “cuidado com o fermento dos fariseus e saduceus”: as fachadas religiosas podem ser sedutoras, mas não nutrem, apenas iludem.
O teólogo Jürgen Moltmann expressa com clareza: “Um Cristo sem cruz não é o Cristo vivo; é apenas um reflexo de nossas próprias ambições.” Quando se deixa de enfatizar a encarnação, a entrega de Jesus, sua compaixão e seu desprendimento diante do material, substituindo a doação ao próximo pela busca de poder e riqueza, o cristianismo perde sua alma. É como tentar falar de capitalismo sem citar seus principais pensadores — Adam Smith, David Ricardo ou Max Weber.
Estamos, como sociedade, diante de um desafio inegociável: denunciar e resistir à apropriação distorcida do evangelho, usada por mentes que, embriagadas de poder e materialismo, exploram a singela fé alheia.
É tempo de reafirmar, com clareza e coragem, a verdade que sustenta nossa fé: não pode haver cristianismo sem Cristo.

Fonte: extra.globo.com

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