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Após operação, Rio e governo federal anunciam união contra o crime organizado

Uma reunião no Palácio Guanabara, nesta quarta-feira (29), consolidou a parceria entre o governo do Rio de Janeiro e o governo federal no combate ao crime organizado. O encontro ocorreu

Após operação, Rio e governo federal anunciam união contra o crime organizado
  • Publishedoutubro 30, 2025
Após operação, Rio e governo federal anunciam união contra o crime organizado

Uma reunião no Palácio Guanabara, nesta quarta-feira (29), consolidou a parceria entre o governo do Rio de Janeiro e o governo federal no combate ao crime organizado. O encontro ocorreu um dia após a megaoperação policial que deixou 121 mortos em comunidades da capital fluminense.

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Durante a coletiva, o governador Cláudio Castro anunciou a criação de um Escritório Emergencial de Enfrentamento ao Crime Organizado, que será coordenado por representantes dos dois governos. “Tivemos um diálogo importante. Se o problema é nacional, o Rio de Janeiro é um dos principais focos”, afirmou Castro.

Segundo ele, o objetivo é integrar as forças de segurança e eliminar barreiras burocráticas entre os órgãos. “Vamos integrar inteligências, respeitar as competências de cada órgão, mas pensando em derrubar barreiras para, de fato, fazer segurança pública”, completou.

O que muda com o novo escritório?

O novo órgão vai atuar de forma conjunta com equipes estaduais e federais, unindo informações e estratégias no enfrentamento de facções criminosas e milícias. A proposta foi classificada como “concreta” por Castro e deve começar a funcionar nas próximas semanas.

Como o Ministério Público vai atuar no caso?

O Ministério Público do Rio informou que requisitou as imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos na operação. Um promotor acompanha os trabalhos no Instituto Médico Legal (IML), enquanto outros dois membros do MP vão participar dos depoimentos dos policiais a partir desta quinta-feira (30).

“O que posso afirmar e garantir é que o Ministério Público atuará com absoluta independência, exercendo com responsabilidade, critério e seriedade suas funções constitucionais”, declarou o procurador-geral de Justiça, Antônio José Campos Moreia.

Foto: Gabriel Ferreira/Super Rádio Tupi

O que disse o ministro da Justiça?

Ainda na coletiva, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, falou sobre a diferença entre facções criminosas e grupos terroristas.

“O terrorismo envolve sempre uma motivação ideológica, uma atuação política, com repercussão social e atentados esporádicos. As facções criminosas são grupos que praticam crimes sistematicamente, previstos no Código Penal. É fácil identificar uma facção pelo resultado de suas ações, não há subjetivismo nisso. Já o terrorismo exige uma apreciação mais subjetiva. Temos leis que definem o que é organização criminosa e o que é terrorismo”, afirmou.

Lewandowski reforçou que os conceitos não devem ser confundidos:

“São dois tipos de atuação que não se confundem. O governo federal não tem intenção de misturar esses conceitos, até porque isso dificultaria muito o combate a crimes que são claramente distintos em motivação e forma de atuação”, disse.

Governo avalia possibilidade de GLO

O ministro também comentou sobre a hipótese de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado. Segundo ele, o governo federal ainda não possui posição definida sobre o tema e acompanha a situação de forma técnica.

“Não há nenhuma posição do governo federal contra ou a favor da GLO. Estamos acompanhando à distância e oferecendo ajuda dentro da nossa competência. Não excluímos nem recomendamos a medida — tudo depende das circunstâncias e do próprio governador”, explicou.

O caso segue sob apuração, e as autoridades afirmam que a integração entre Estado e União é essencial para reduzir a violência e restabelecer a segurança nas comunidades fluminenses.

Fonte: www.tupi.fm