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JP Morgan acaba com home office, seguindo tendência corporativa global – Diário do Rio de Janeiro

JP Morgan acaba com home office, seguindo tendência corporativa global – Diário do Rio de Janeiro
  • Publishedoutubro 30, 2025
JP Morgan acaba com home office, seguindo tendência corporativa global – Diário do Rio de Janeiro

Carta do papai Noel
Credito: Creative Commons

O JP Morgan Chase, assim como outras instituições globais de vários setores, adotou uma posição desfavorável ao teletrabalho. O CEO da empresa, Jamie Dimon, afirmou que a instituição bancária percebeu que os seus banqueiros juniores apresentam um desempenho de aprendizado reduzido quando desempenham as suas funções na modalidade de home office. Por isso, a orientação é para que as equipes voltem a atuar nos escritórios da instituição.

O executivo, assim como outros profissionais de Wall Street, ligados de instituições como Goldman Sachs e a Black Rock, avaliam que até mesmo gerentes de alto escalão apresentem dificuldades de desempenho quando trabalham remotamente.

“Não estou tirando sarro do Zoom, mas os jovens estão sendo deixados para trás”, afirmou Jamie Dimon, acrescentando que o aprendizado profissional no escritório é essencial para os trabalhadores, já que, presencialmente, eles são aconselhados e burilados por profissionais mais experientes:

“Se olharem para trás em suas carreiras, vocês aprenderam um pouco com o sistema de aprendizes. Vocês estavam com outras pessoas que os acompanhavam em uma visita de vendas ou lhes diziam como lidar com um erro ou algo assim. Isso não acontece quando você está em um porão no Zoom”, disse o executivo, segundo site Bloomberg.

No início de outubro, Jamie Dimon inaugurou a sede multimilionária do JPMorgan, em Manhattan. O projeto do edifício de 60 andares, que levou quase oito anos para ser finalizado, deve abrigar cerca de 10.000 funcionários. O local é o coração de um campus de vários quarteirões que o maior banco dos Estados Unidos está desenvolvendo.   

Em 2025, Dimon retomou a política de frequência anterior à pandemia, com a determinação de que todos os funcionários da instituição voltassem a trabalhar presencialmente cinco dias por semana. Com a iniciativa, o executivo encerrou a opção de trabalho híbrido no banco.

No Brasil, o Itaú também ruma em direção à presencialidade laboral. Recentemente, o banco demitiu mais mil funcionários que trabalhavam remotamente por baixo desempenho.

Segundo Maluhy Filho, CEO do Itaú, os funcionários que trabalhavam em home office entregavam muito menos do que era exigido pelo banco, gerando prejuízos e sobrecargas nos colegas:

“Tinham 1,1 mil pessoas fazendo um péssimo trabalho, entregando 20% do que era esperado e registrando que fazia hora extra”, afirmou o representante do Itaú, acrescentando: “Isso é um desvio de conduta e gera uma sobrecarga sobre o restante, colocando em risco um modelo (de trabalho híbrido) em que a gente acredita muito”, observou o executivo, segundo a CNN Brasil.  

Ainda segundo o executivo, muitos ex-funcionários do Itaú teriam admitido que trabalhavam para outras empresas durante o horário de expediente firmando com a instituição financeira:

“A maior parte dos que saíram pediram desculpas, reconheceram o mau uso, admitiram que estavam fazendo jornada dupla, tripla e trabalhando virtualmente para outros lugares”, comentou Malahy Filho, de acordo com o veículo.

As demissões, segundo o Itaú, teriam ocorrido com base “em registros de inatividade nas máquinas corporativas”, com casos de até quatro horas ou mais de ociosidade.

Os desligamentos mobilizaram o sindicato da categoria, além de terem tido grande repercussão na mídia e no universo do trabalho, por conta do número de desligamentos e motivos apresentados pelo banco. Na ocasião, o Itaú chegou a justificar a medida, como tendo partido de “uma revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada”.

O movimento de recuo diante do teletrabalho ultrapassa as techs americanas, representando um reposicionamento global. Segundo a VC SA, a empresa Unispace entrevistou 9.500 funcionários e 6.650 empregadores de 17 países e verificou que, nos últimos meses, 72% das companhias determinaram o retorno ao escritório, seja gradualmente seja encerrando o home office.

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Fonte: diariodorio.com